segunda-feira, 1 de novembro de 2010

VINHOS, BARES & SARAUS


Hoje passando no centro histórico de São Luís, lembrei-me das happy-hours no Terraço Itália, no topo da ladeira da montanha-russa alguns níveis acima do nível do mar, onde nossa turma de violão & poesia costumava bebericar umas cervejas no fim de tarde em frente a baía de São Marcos.

Depois um barzinho underground, uns beijos, uns carinhos, um romance, um sarau na praça Gonçalves Dias; deixando poemas escritos dentro de garrafas de vinho vazias, pois durante um naufrágio é irrelevante fechar as escotilhas do barco.

Meu friend Celso, do Alma Brasileira, relembrou isso da última vez que nos vimos. Ele disse que guarda papéis destes dias, cifras e garranchos, poemas contaminados de juventude. Que não há lembrança melhor que aquelas guardadas pelo vinho.

Depois foi a vez de A.J. me telefonar em pleno domingo me dizendo que havia encontrado um pacote de cartas e outros escritos daquela época. Pensava que somente os piratas enterravam seus tesouros. Como os amigos guardam tantas recordações?

Depois disso enquanto caminho sobre paralelepípedos de sonhos pelos becos estreitos me vem na lembrança um poema de Fernando Pessoa: "Segue teu destino, rega tuas plantas, ama tuas rosas. O resto é sombra de árvores alheias"

2 comentários:

Anônimo disse...

Efeito da nostalgia de uma época que não volta mais. Saudades da minha época tb!

Antonio José Rodrigues disse...

O texto, Jorge, faz-me um resgate instantãneo de "A Moreninha", de joaquim Manoel de Macedo. Felicito-lhe por ter um pretérito romanesco. Abraços