quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O ATAQUE DOS CLONES

D'oh! Onde está a urna???

Eu pensava que nestas eleições bastava levar o título e o polegar direito, afinal as urnas seriam digitais.

Mais não! Como tudo no país é feito com retrabalho, às vésperas do pleito, convocou-se o STF para julgar o mérito do artigo 91 da lei 12.034 sobre a necessidade de o eleitor apresentar dois documentos para votar nos seis candidatos além de ter que decorar o número de cada um deles e daí voltou-se ao ponto de partida: basta levar um documento com foto. Ohhhh!!!! SANTA REDUNDÂNCIA, BATMAN!!! 

E as urnas com reconhecimento de digitais? As urnas eletrônicas com reconhecimento de digitais serão testadas em apenas cem municípios. Fica pra próxima! Talvez pra combinar com a incerteza da Lei da Ficha Limpa.

Impressiona-me tanta meticulosidade com o eleitor enquanto o que mais se bateu na mídia foi a referida lei e os ministros do STF não conseguiram chegar a uma decisão antes das eleições. Repassaram a dúvida para os candidatos impugnados e, sobretudo, para os eleitores, que irão às urnas sem saber se os candidatos que escolheram poderão ser empossados. Esta é a nossa democracia.

É como dizia minha vó: vão-se o anéis ficam-se os dedos!

O temor no futuro é que na urna digital se corra o risco de dizer: Vão-se os polegares fica-se com o título!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

SOBRE RELÍQUIAS, CRENÇAS E VINICIUS DE MORAES

 O filho de Osama Bin Laden relatou em entrevista recente aspectos de sua infância durante o período em que passou com seu pai no Afeganistão e corroborou para ratificar a imagem de xiita do terrorista mais procurado do mundo.

Das experiências no deserto afegão sob privação de água, ao voluntariado forçado para tornar-se homem-bomba em favor da causa do Islã. Meses depois ocorreria o atentado de 11 de setembro contra as Torres Gêmeas em que morreram 3.000 civis americanos.

Caetano Veloso, a Paris Hilton baiana, comentou na época sobre Bin Laden e disse: “Ele é lindo!” Poderia ter acrescentado: “Queria que ele me explodisse todinho!” Faria mais sentido, pois não iria de encontro à dor das famílias que perderam seus parentes pela violência exarcebada do fanatismo religioso.

Semana passada assisti na TV um documentário sobre a possibilidade de Sudário de Turim ter sido feito por Leonardo da Vinci sob encomenda de um nobre fiorentino, que atuava como mecena de artistas da época e que, similarmente a tantos outros nobres mantinham acervos particulares de relíquias religiosas as quais os devotos pagavam para admirá-las.

O que me chama atenção neste ponto é o termo relíquia, pois sempre me reporta a alguma coisa de valor ou alguma coisa na qual as pessoas pagariam para obtê-la a fim saciar um desejo íntimo e intangível. Coisas simples como a figurinha de um álbum de futebol, uma revista masculina dos anos 80 com Luiza Brunet na capa, um ingresso original de um show dos Beatles, por exemplo. As pessoas diriam: “Nossa isso é uma relíquia!!! Quer vender? Quanto custa?”

O que estes dois acontecimentos tem em comum? Que a exploração do sentimento religioso não é coisa nova. O que os pastores evangélicos, por exemplo, fazem hoje na tv quando vendem água milagrosa engarrafada é apenas fruto de um trabalho de marketing que atravessou séculos e séculos até chegar no mundo globalizado da informação onde eles se aproveitam das fraquezas humanas para obter o lucro de sua religião em reai$$$.

Não quero contudo derramar o fel sobre a religião de ninguém. Só acho que ninguém merece ser coagido por religião alguma, imolar seu corpo ou explodi-lo em praça pública com promessas de uma vida melhor do outro lado. Nesse ponto, penso e cito Vinícius de Moraes: "vida só se tem uma / duas mesma que é bom/ ninguém vai me dizer que tem/ sem provar muito bem provado/ com certidão passada em cartório do céu/ e assinado em baixo: Deus/ e com firma reconhecida"

Cada um tem suas crenças e o direito de acreditar no que quer ou não acreditar em nada. O alimento de nossa existência é aquilo que queremos ser. E só.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

SHORT SKIRT/LONG JACKET



I want a girl with a mind like a diamond




I want a girl who knows what's best


I want a girl with the right allocations


I want a girl with a short skirt and a long jacket

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

NINGUÉM ME AMA, NINGUÉM ME QUER


Dora era muito bonita quando criança. Sua mãe dizia que ela seria miss. Dora ria e desfilava pelo corredor da casa como as misses faziam no programa do Flávio Cavalcante. A mãe escondia os batons Colorama que Dora insistia em usar desajeitadamente cor sobre cor em borrões na sua boca infantil. Aos 16 anos Dora era o protótipo da linda mulher que se tornaria aos 20 despertando o interesse dos rapazes, causando ciúmes nos namorados e nas namoradas alheias. Dora adorava. Sentia-se diva. Aliás, autoproclamava-se D.D. Dora Diva. Ria. Divertia-se flertando com um e outro. Namorava. Desnamorava. namorava de novo. Depois desaparecia. Um dia na praia fez topless. Foi um escândalo. O pai soube. As mães de suas amigas proibiram-na de ir na casa delas. Mas Dora não se importava. Bastava-lhe caminhar um pouco nas ruas, mudar de escola e choviam-lhe pessoas interessadas na sua amizade, no seu sorriso. Naqueles olhos que pareciam brincar. Um dia percebeu que Helena fitava-lhe de modo estranho e às vezes até mordiscava os lábios como faziam os rapazes quando estavam excitados por ela. Depois quando Helena beijou-lhe a boca no banheiro da escola ficou sabendo que ela era mesmo sapatão. Mas não ligou. Helena beijava gostoso. Não com a pressa afoita dos garotos, mas lentamente apenas roçando os lábios procurando a textura da boca e depois lentamente a língua entre os dentes. Beijou Helena ainda umas duas vezes: uma no quintal da escola e outra na casa de Helena quando foram estudar para a prova de História. Mas depois percebeu que aquela não era sua praia. Gostava mesmo era dos rapazes. 

E com os rapazes se divertiu. Dos canalhas aos babacas, dizia. Uma vez quase casou com Alfredo que havia sido noivo de  Márcia, uma amiga sua. Que loucura. Márcia havia traído Alfredo  descaradamente e Dora o conheceu neste momento de fragilidade. O cara ficou de quatro por Dora. Entupiu-lhe de mimos & rosas, de brincos & brigas, de pérolas & porcos, de beijos & fodas, mas Dora cansou. Cansou da prisão sentimental  do amor seguro imaginando-se mulher-escrava de um homem só, dona de casa de bobs e avental comprados na Lobrás. Dispensou Alfredo e mais tarde Roberto. No mesmo barco partiram  Leandro, Maurício,  Luís XV, Luís XVI, XVII e toda corte da França e de São Luís do Maranhão.

E agora que o tempo passou e Dora  aos 50 ou 55 ( que ela não diz a idade pra ninguém nem morta ) não chama mais atenção de ninguém. Desapareceu o encanto que havia no início. Seus olhos perderam o brilho, a pele descorou, as rugas emergiram, o cabelo afinou, ficou ralo. Anda caindo lentamente toda noite quando dorme sozinha no quarto da antiga casa de sua mãe enquanto folheia velhos álbuns de fotografia a espera  de um telefonema, apenas um; de alguém que ainda guarde a vaga lembrança de antes. Por vezes, a esperança lhe escapa e vai atrás de antigas agendas amareladas a procura de telefones imaginários. Outras vezes, sobe-lhe algum lampejo que logo é esquecido enquanto caminha do quarto para a sala na hora da novela das sete porque aquela moça bonitinha que faz o papel principal parece muito com ela quando era novinha. E aí invade-lhe aquela ansiedade, que vem desde as sobrancelhas, de escutar Nora Ney num canto escuro da casa fumando um cigarro com uma dose de rum Montila. On the rocks.

Ninguém me ama, ninguém me quer/ninguém me chama de meu amor....

terça-feira, 21 de setembro de 2010

SONS DO SILÊNCIO

Estive por duas vezes em Fortaleza nas últimas semanas fazendo um treinamento de Libras e compartilho com vocês a experiência gratificante em descobrir um outro mundo dentro do mundo em que vivemos.

Até antes desta experiência, reconheço, havia criado o esteriótipo de que as pessoas com deficiências auditivas se comunicavam através de um recurso limitado que mesclavam sinais e mímicas. Ledo engano.

Na imersão deste mundo silencioso a primeira lição que aprendi foi que os deficientes somos nós, pois aqueles a quem julgamos como deficientes auditivos além de se comunicarem na linguagem de sinais também conhecem  a linguagem da comunicação dos ouvintes seja por um domínio peculiar da língua portuguesa ou através leitura labial. Ou seja, a priori, a nossa deficiência é de que somente falamos nossa língua e eles entendem e nós não entendemos a deles.

Porém, com as mudanças que acontecem na sociedade, entre elas a acessibilidade, sinalizo aqui a oportunidade para todos em conhecer e compartilhar uma experiência fascinante de como outras pessoas com limitações se superam para encarar o mundo de forma positiva e o que elas têm para nos ensinar.
 

Para quem quer conhecer mais, os links abaixo são o ponto de partida. É só clicar neles:


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

PÔR DO SOL NA PRAIA DE IRACEMA

 


"É quando o sol com seus oráculos ateia fogo à tarde
que multiplica-se na horas de silêncio e mormaço"


quinta-feira, 9 de setembro de 2010

BENGALA



Pouca gente sabe, mas pelo menos uma vez, a vida lhe oferece uma bengala. E isso pode acontecer aos quinze, aos quarenta, aos oitenta anos. Nunca se sabe como se vai usá-la. E nem se sabe o tempo de cada um.

Aliás, o tempo é essa coisa irrequieta que é de manhã e mais tarde é noite e quando menos se espera já aparecem alguns cabelos brancos o filho entra correndo pela casa com uma bola na mão e quando volta já tem no rosto uma barba adolescente e diz tchau pai volto só de madrugada.

E se você caminha pelas ruas dana-se a rabiscar poesias nos postes e nas portas fechadas das casas. Mas é assim mesmo. Um número, um pássaro. Debaixo do azul do céu ficam as cidades habitadas por nós e cada rua tem uma lembrança de uma outra. Ninguém escapa ileso das lembranças. De uma você sorri. De outras, chora. Mas na compensação dos dias você sente falta de todas desde o momento que lembra delas.

Da infância me lembro um dia correndo com um catavento de papel em uma das mãos e um sorriso no rosto. Onde perdi esta aquarela?

De ontem me lembro do tempo perdido por não dizer que te amava e o tempo passou e ninguém disse e por assim não dito, assim ficou.

Parece patético remoer o passado. É poeira sobre poeira e nada mais. Apenas o pó.

Herança de estrelas seculares.


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

JORNALISMO COMPROMETIDO COM A NOTÍCIA

Apresentadores discutem e trocam insultos ao vivo na abertura do telejornal no Ceará.

Parece cena do Todo Poderoso, com Jim Carrey.

Arriégua!!!!


BATMAN E OS UNIVERSOS PARALELOS

terça-feira, 7 de setembro de 2010

COSPLAY


O Japão é uma terra estranha para nós os ocidentais: alfabeto, língua, fuso-horário, alimentação. E, de quebra, ainda tem o Jaspion, os Powers Rangers e o Godzilla.

Mas o mais pop do Japão moderno que me chama atenção é a mania do cosplay, a arte de se disfarçar de algum personagem, no estilo mangá, jogos, anime, entre outros. E como existe toda uma geração que leva isso a sério.



A onda do cosplay é mais forte entre as meninas e recentemente eu vi uma matéria em que a tendência agora é delas se fantasiarem de meninos e a explicação é que elas querem conhecer o outro lado. Sentir-se como meninos. Mas nada, ocidentalmente falando, homossexual. Porém, paralelamente a isso, existe todo um voyerismo de um outro grupo de pessoas, tecnicamente fãs, que vão fotografar as meninas para colecionar as imagens. E elas se deixam fotografar, perfecionistas com os detalhes e exibicionistas para as lentes alheias.

Como ocidental não deixo passar a semelhança cultural que vejo entre o cosplay e as pin-ups, incluindo o conteúdo erótico que existe em ambos estilos: um disfarçamente ingênuo e o outro maliciosamente provocante.

 
Isso evoca em meu pensamento que a linguagem da sedução representa um outro sentido na mulher, independente dela ser ocidental ou oriental. É da natureza da mulher, exibir-se. Não falo no sentido vulgar, obviamente, mas no sentido de distinguir-se das outras.

Se se despisse dos valores culturais, das diferenças linguísticas e de todo aparato da sociedade em que vivemos, a natureza feminina sempre privilegiria seus instintos primitivos de sedução através da linguagem gestual ou corporal.

Mas, seja através de múltiplos disfarces de máscaras ou por meio de gestos e poses pueris, as mulheres, conseguem fazer a diferença no meio de tantas outras. Nem que seja fantasiando-se de meninos. Como as garotas de cosplay.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

MEIA NOVE

Eu na minha desinformação das coisas nunca tinha ouvido falar que 6/9 era o dia do sexo. Até ontem/anteontem. Não lembro precisamente.

Deve ser porque eu acho que dia de sexo é todo dia ( piada infâme ). Ou porque as mensagens subliminares do filme Tudo que Você Queria Saber Sobre Sexo mas Tinha Medo de Perguntar ficaram gravadas na minha mente suja cabeça desde o início da adolescência onde o mais próximo que você ficava de uma mulher nua era vendo aquelas revistinhas suecas que o amigo do amigo do seu primo lhe emprestava de vez em quando e que já vinha com umas páginas coladas pelo manuseio indevido.

Eu sempre vejo estas datas comemorativas - tipo Dia dos Pais, Dia das Mães, etc -  fruto do mercado capitalista&consumista como um hábito herdado da Igreja em santificar todos os dias para recolher o tostão de Pedro e manter suas capelas. O mundo mudou, porém dinheiro e religião sempre estiveram  muito próximos.

Mas, tirando isso, o insigth da data foi genial: 69. E isso diverte as pessoas. E têm aquelas que aproveitam o dia de hoje pra jogar verde e colher maduro. Saem no lucro. Tiram o atraso, como se diz por aí.

Pra não passar batido, deixo de lembrança uma cena engraçada de Friends sobre as 7 zonas erógenas da mulher.

Não sou fã da série, mas a cena é inteligentemente divertida.



sábado, 4 de setembro de 2010

DISNEY PARA ADULTOS

Garimpei estas ilustrações, como pin-ups, que orbitam o imaginário masculino desde a tenra infância.










E aí? Consegue respirar melhor agora?

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A AMIZADE E SEUS SIGNIFICADOS


Clint Eastwood é um filho da p. cara legal.

Ele conseguiu prender minha atenção às 11 da noite num filme aparentemente xenofóbico e depois ainda me arrancou umas lágrimas emotivas à 1 da manhã ao final de Gran Torino com lições manjadas do tipo "os opostos se atraem" divagando sobre a amizade e seus significados.

Até parece que eu não tinha trabalho de manhã cedo.

Mas, convenhamos: não é à toa que o cara já ganhou 4 vezes o Oscar e de quebra ainda foi prefeito de uma pequena cidade na Califórnia. Às vezes imagino que o Clint ator confunde-se com o Clint real pelo estilo aparentemente igual do comportamento de seus personagens representando sempre uma espécie de homem em extinção: rude, conservador em relação aos seus valores, cheio de problemas pessoais, mas com um coração emotivo e sensível.

Depois eu fiquei pensando o que me prendeu tanto ao filme...

Talvez porque eu seja um cara que dou um valor inestimável aos amigos. E isso me lembra um e-mail que recebi esta semana de meu primo onde tem uma parte que ele cita e que eu gostei muito que diz:  "um amigo nunca está mais distante do que o alcance de uma necessidade, torcendo por você!"

É verdade. E Clint Eastwood pensou parecido quando produziu e dirigiu o filme.

Aos 80 anos ele podia ser meu pai.

Mas é apenas um baita sacana que prendeu minha atenção e me emocionou contando  despretenciosamente  uma história bacana sobre a amizade e seus significados.