O evento catastrófico ocorrido no Haiti tem sua origem no movimento das placas tectônicas.
O conceito de placas tectônicas foi desenvolvido a partir da Teoria da Deriva Continental oriundo por sua vez da teoria de Wegener de que no passado todos os continentes se reuniam numa única massa de terra chamada Pangéia.
Supercontinente Pangéia
Imagem:vsites.unb.br/ig/sis/danca.htm
Este supercontinente ao longo de milhões de anos sofreu modificações devido ao movimento e ruptura da Litosfera, por conta de atividades térmicas do interior da Terra. O movimento destas placas é resultado das correntes de convecção oriundas do magma, pois a Litosfera, mais leve e fria, "flutua" sobre o material mais quente e denso, existente no topo do Manto.
Correntes de Convecção
Imagem:domingos.home.sapo.pt/tect_placas_5.html
É muito improvável prever o local e hora de um superterremoto. Sabem-se apenas quais são as regiões propícias e quais são os eventuais sinais , como eventos vulcânicos ou pequenos tremores em dias anteriores, por exemplo. Mas nem sempre estes sinais são claros.
São conhecidas cercas de 8 a 12 grandes placas e umas 20 placas menores que se movem em direções e velocidades diferentes, deslocando-se entre 1 a 10 cm por ano, afastando ou unindo continentes, sendo as regiões limítrofes entre elas, as áreas mais sísmicas do planeta. O Haiti está localizado numa destas regiões.
Placas Tectônicas: Direção do Movimento e Velocidade de Afastamento
Imagem:domingos.home.sapo.pt/tect_placas_8.html
Existem regiões que são verdadeiras bombas-relógio para as populações, como a costa leste americana na região de São Francisco, a Indonésia, e o Japão, sendo que neste último país a terra treme, pelo menos, três vezes ao dia. A diferença é como as populações destas áreas buscam minimizar o impacto de eventuais catástrofes. No Japão e nos Estados Unidos muitas construções destas áreas de risco são construídas sobre superamortecedores capazes de manter as construções em pé durante um terremoto. Em regiões mais pobres, como o Haiti, o efeito é devastador sobre as populações, pois tal como ocorre neste momento, não há infraestrutura de resgate nem suporte médico emergencial suficiente, entre outras necessidades básicas. As populações ficam a mercê da ajuda humanitária.
Terremotos como este do Haiti, em áreas costeiras, costumam trazer junto outras catástrofes, como os tsunamis, quando o epicentro do tremor se dá no fundo do mar em profundidade rasa na crosta oceânica. Felizmente este não foi caso. O mais violento terremoto registrado na história, aconteceu em Valdívia no Chile, em 22 de maio de 1960 e atingiu 9,5 na escala Richter ( que vai até 10 ). O tsunami gerado atravessou todo o Pacífico e atingiu o Japão causando inundação do porto e destruição de mais de 100 mil casas.
Embora do nosso ponto de vista social e humano estes desastres naturais sejam impiedosos nos dias de hoje, pois ceifam milhares de vidas, especula-se no meio científico sobre a importância das atividades sísmicas e vulcânicas como um dos ingredientes para a evolução da própria vida, devido a alteração química dos oceanos do mundo no último meio bilhão de anos e pelo bem-estar orgânico do planeta, haja vista que Vênus e Marte – planetas irmãos da Terra, em formação – não possuem placas tectônicas e nenhum sinal de algum ser vivo. De algum modo, parece que se não houvesse este ingrediente do interior da Terra, talvez não tivéssemos chegado a este estágio evolutivo.
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