Voltando do trabalho na hora do rush, colado no ônibus, vi num anúncio destas festas que emendam revellion com carnaval, o nome de uma banda chamada "marabahiano" que me causou uma certa indignação. Nada contra os baianos nem contra a música baiana. O fato é que o carnaval maranhense tem uma sonoridade tão única, que a corruptela deve gerar um som tão desigual, que escapa a autenticidade daqueles dois ritmos. É como colocar algo como forrósamba ou reggaedance.
Lembro-me de quando fazia o ginásio, havia uma professora de história tão a frente do seu tempo, que numa de suas aulas montou-se um tribunal - com acusação, defesa e júri - sobre as invasões bárbaras que culminaram na queda do Império Romano. Eu fui advogado de defesa dos bárbaros e, pessimamente não consegui um argumento sequer para inocentá-los da culpa que lhe lançavam os antigos livros de história. Claro, hoje sobre ótica, teria me saído bem melhor. Nem sempre aqueles a quem a história concede o título de invasores, são as vítimas.
Mas o fato é que as invasões modernas, ainda que forma intrínseca tragam as mesmas reminiscências motivadores das antigas invasões entre os povos, ela se reveste de outros artifícios prazeirosos gerados, por exemplo, pelo marketing. A música baiana é assim. É uma música dançante, animada, contagiante, mas convenhamos que é muito chato você estar em Pedra Branca, ou Santa Bárbara, ou Currais Novos, ligar o rádio e só ouvir música baiana. Cadê a música autêntica das regiões?
Evidentemente, enumeraria diversos motivos para estas invasões musicais, mas não é o propósito desta postagem. Também não é deixar transparecer que eu tenho algo contra a globalização. Tenho minhas arestas, mas isto é outro assunto. Até porque uma das ferramentas da globalização que faz parte do meu dia a dia é a internet, que me permite, entre outras coisas, ouvir o som do mundo.
Embora ela - a internet - seja como uma antiga espada chinesa: afiadíssima dos dois lados.
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