Na minha infância não havia internet, tv a cabo e nem playstation.
Que felicidade!
Pude crescer respirando ar puro da cidade e me banhar nas águas ainda limpas das praias antes do porto, antes dos navios que vem do mundo todo.
Ratifiquei esta alegria quando vi os resultados dos meus exames médicos períodicos: não deu nem verme.
Escrevi este post tendo em mente uma época que meu pai tinha um sítio num lugar chamado Laranjal entre São Luís e São José de Ribamar. Eram dias longos fazendo trilhas pelo meio do mato preparando armadilha pra pegar preá tangendo gado andando de bicicleta de cavalo jogando futebol bola de gude brincando de esconde-esconde papagaio baladeira banho de rio dando carambela da ponte balanço de rede e fazendo guerra de mamona no meio do milharal pensando que eu era Tex Willer ou seu inseparável amigo Kit Carson.
Nada de Winning Eleven Half Life nem GTA. A vida era real seu moço: queda doía chute no toco doía chifrada de boi doía caroço de mamona no olho doía. Mas depois tudo se lavava do corpo no fim da tarde tomando banho pelado na beira do poço puxando água por corda presa na alça da lata.
Meus heróis não morriam de overdose.
O mais louco deles andava quase pelado batia nos peitos soltava um grito esgoelado pelas matas e se pendurava nas árvores saltando de cipó em cipó.
Era o Tarzan da época em que a TV era em preto e branco ( sim caro leitor, isso já existiu um dia ).
Pena que no sítio não tinha nada parecido para que eu pudesse imitá-lo.
Um comentário:
Sou de 90, mas mesmo assim curti minha infância bem...
Brinquei de boneca até os 14 anos, não era viciada em vídeo-game, nem em computador. Adorava brincar descalço na rua...
Hoje as crianças não brincam na rua, os bandidos é que se divertem na rua...
Saudade dos tempos que as pessoas conheciam seus vizinhos e sabiam valorizar as coisas simples da vida...
Bjs
:D
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