A humanidade no impulso tosco de suas limitações sempre jogou a culpa em seus deuses e mitos. Quando algo dava errado para os gregos, Zeus e a galera do Monte Olimpo eram os culpados; quando algo dava errado para hebreus e judeus, aquilo era a vontade Divina. E quando alguém interrompe a festa do homenageado para "desomenageá-lo" por capricho político, damos razão a quem?
O poeta Celso Borges anda cuspindo no prato que comeu.
Em entrevista ao colega Garrone, fez críticas ao posicionamento político do poeta Gullar com relação a um programa do PFL durante a pré-candidatura de Roseana Sarney. Não conheço pormenores da vida de Borges e posso até estar equivocado em dizer que anos atrás ele trabalhava como colaborador do jornal e da rádio pertencente ao grupo que ele condena.
A meu ver, Celso dá uma de oportunista, utilizando-se da homenagem à Ferreira Gullar, na 3ª Feira do Livro para auto-promover um livro que lançará em janeiro.
Não se pode juntar o mito à criatura, o homem ao poeta. Mark Chapman fez isso e assassinou John Lennon. A visão de Borges a Gullar é de que o poeta fundiu-se ao homem e está morto. O que é um equívoco. Ainda mais na visão de Borges, um dos melhores poetas maranhenses deste fim/início de século.
Sua entrevista me reporta a um grego correndo pela planície do Penopoleso conjurando a vontade dos deuses contra sua própria existência.
A síntese do contraditório é de o tiro sair pela culatra.
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