A Praça Gonçalves Dias devia ser tombada como Patrimônio da Humanidade.
Acredito ser uma das praças mais bonitas do país. Feito um mirante em frente a entrada da baía de São Marcos e dando vistas aos telhados coloniais da velha cidade, a praça mantém-se ainda bordejante ao Rio Anil com sua herança de manguezais.
A história da minha vida está muito interligada à praça.
Primeiro, porque quando eu morava na casa do meu avô, ali próximo, meu pai me levava para dar minhas primeiras pedaladas na minha bicicleta Peter Pan, de rodinhas laterais. Ali fui aprendendo a manter o equilíbrio e depois sem as rodinhas, aprendendo e sentindo a dor das primeiras quedas.
Havia na praça, um tanque em formato de serpente ou dragão, com uma pequena ponte servido de passarela. Depois que ganhei a confiança em pedalar por toda praça, criei o desafio de atravessar a pequena ponte de bicicleta. Foi um mergulho dentro do lago. Como a ponte tinha uma pequena elevação, não contei que teria de pedalar mais forte durante a travessia...
Havia na praça, um tanque em formato de serpente ou dragão, com uma pequena ponte servido de passarela. Depois que ganhei a confiança em pedalar por toda praça, criei o desafio de atravessar a pequena ponte de bicicleta. Foi um mergulho dentro do lago. Como a ponte tinha uma pequena elevação, não contei que teria de pedalar mais forte durante a travessia...
Depois foi a época escolar. Estudei num colégio ao lado da praça, da metade do ginásio até o final do 2º grau. Foram 5 anos de relação com a praça. Foram tardes de conversas adolescentes, risos, namoros e incontáveis pôr-do-sol, na cidade em que o tempo passava devagar.
Depois vieram as festas de casamento na Igreja dos Remédios em que a gente entrava de penetra para tomar champanhe e comer os salgadinhos. Diga-se de passagem que a gente não entrava à toa. Próximo ao final do casamento, antes da recepção, a gente ia em casa botar o paletó, pra entrar alinhado.
Mais tarde, durante a faculdade, nas férias, nos que estávamos dispersos pelo mundo nos reuníamos noites e madrugadas adentro em experiência etílicas com vinhos de procedência duvidosa, para tocar violão e impressionar nossas amigas com nossos versos "cabeças" que deixávamos nas garrafas vazias, juntos as palmeiras imperiais, como naufrágos da ilha em que habitávamos, esperando ser salvos.
No centro da praça, testemunhava tudo isso em silêncio, a estátua do poeta.
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