sexta-feira, 30 de setembro de 2011

QUANDO A ESMOLA É MUITA

Hoje entendi porque o governo brasileiro não dá dinheiro vivo aos pobres, mas um cartão de plástico pra eles fazerem o que quiser, inclusive sacar o dinheiro do benefício social. É que pobre não sabe muito o que fazer com dinheiro. Eu tiro por mim, pois se pegar um pouquinho a mais de dinheiro, me dá logo uma coceira danada e uma vontade de gastar. 

Na Índia o negócio tá pior. Paris Hilton esteve lá e espantada com a pobreza resolveu distribuir US$ 2 mil que levava na bolsa e uma garotinha acabou levando uma nota de US$ 100, mas logo em seguida foi agredida por parentes que disputaram o dinheiro e que acabou sendo rasgado pela própria família pra acabar com a discórdia. Deve ser por essas e outras que se diz que parente a gente não escolhe. É um carma.

Caco Antibes que o diga.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

AMOR, BATI SEU CARRO....

O pomposo órgão intitulado Secretarias de Políticas para as Mulheres da Presidência da República resolveu banir Gisele Bündchen (quase que eu não acho este maldito trema no teclado) de uma propaganda na tv por entender que a publicidade "reforça o estereótipo da mulheres como objetos sexuais". Eu tenho certeza que essa decisão foi obra de mulher feia. Aliás, muito feia mesmo. Daquelas que nunca se sentiram desejadas; daquelas que nunca se sentiram um objeto sexual. Aliás, diria até que além de feia seu manequim não cabe naquela lingerie vermelha por onde Gisele se esguia. E nem deve reclamar que não teve oportunidade, porque eu tenho certeza que quando nasceu, Deus perguntou: " MINHA FILHA, VOCÊ QUER SER LINDA E MARAVILHOSA OU QUER TRABALHAR NUMA SECRETARIA DO GOVERNO DO PT?" Ô azia infeliz, minha cumade.... Chegar em casa de noite e só encontrar Miojo e a novela das oito pra se abraçar deixa qualquer um sem juízo...

Du-vi-dê-o-dó que minhas leitoras não tenha usado uma vez ou outra de seus poderes de sedução pra conseguir alguma coisa especial de sua cara metade. E convenhamos: Gisele fala tão pouco no comercial. Só diz que bateu o carro. Uma vez, duas vezes. Grosseria, seria se o cara do outro lado nem reparasse a Gisele gritasse: "MEU DEUS, MEU CARRO!!!! FOI PERDA TOTAL, FOI?"


O que eu acho de burlesco nos dias atuais é a magnitude da opressão: certos atos do governo, em particular, são mais atitudes de censura do que de criação. E tome-se por referência que a maioria daqueles que estão no poder lutaram contra a censura nos anos 60 e 70 e agora não agem muito diferente que seus censores. Mas não é só o governo ou Brasil que passa por esta onda de terror da liberdade pessoal. O mundo todo está na contra-mão porque a sociedade precise de insights comportamentais entre uma década e outra. Ruim pra quem não sabe nadar entre estas marés de individualismo travestido de equidade.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

ELES PREFEREM OS DUENDES

Depois de um fazendeiro expulsar Rihanna de sua plantação alegando que a bad girl estava usando trajes indecentes, eu tive a certeza que os irlandeses preferem os duendes. Claro, que me passou também pela cabeça a remota possibilidade de ver aquele milharal transformado na maior pipoqueira do mundo com o fogo aceso da cantora. Principalmente depois que ela tirou a blusa e eu imaginei que ela iria incendiar tudo. Seria o fim dos trevos de quatro folhas e de seus duendes amestrados.

Isso porque ele não viu a morena nos trajes sumários ralando a derrière na rapaziada no carnaval em Barbados.

Não é à toa que Belfast não é Londres. 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

FÁBULAS BRASILEIRAS

O Brasil assemelha-se a um país de conto de fadas, mas ao contrário das fábulas de Esopo as histórias daqui não tem moral e nem final felizes. Aqui as histórias só terminam bem para as bruxas e para os lobos-mau.

Assistindo essa semana o Bate Bola na Espn, um dos comentaristas, indignado, desabafava pela precariedade do transporte público em São Paulo: "Uma cidade feita para carros. Uma pessoa por veículo!", desabafava. E continuou a discussão relembrando projetos de alguém, planejamentos de não sei quem, obras que nunca começaram e outras que nunca tiveram fim.

Mas este é o Brasil, impávido e colosso. Eu me lembro que nos anos 80 muito se falava sobre a reserva de ferro de Carajás e o fato dela ser a maior do mundo. Naquela época eu já me questionava como um país de extensão continental, vítima do cartel árabe e americano do petróleo e com a maior reserva de ferro do mundo dependia tanto do transporte rodoviário e da indústria automobilística. Por que não tínhamos estradas de ferro como os EUA e a Europa? Claro, eu tinha apenas vinte anos e não conhecia o maquinismo entranhado na nossa história sócio-econômica; da rendição política do país aos interesses dos senhores da GM, da Ford, da Crysler e das gigantes petrolíferas Esso, Shell e Texaco em desovar seus estoques no Terceiro Mundo, tornando-nos serviçais dos seus produtos e nos deixando como herança os frangalhos do nosso transporte público.

Das fábulas brasileiras, uma delas deu origem mês passado ao livro "O Ladrão do Fim do Mundo" que conta a história de como no início do século XX o Brasil que produzia 95% da borracha consumida no mundo passou a comercializar apenas 2,3%, depois que um ladrão inglês chamado Henry Wickham contrabandeou 70 mil sementes da seringueira brasileira para as colônias do Império Britânico dentro de um camarote lacrado em um navio que foi inspecionado pelas autoridades brasileiras em Belém do Pará, e as árvores começaram a produzir lá do outro lado do mundo.

Mas isso é a apenas uma parte da história dos marginais que se entranharam no país que já abrigou um nazista e criminoso de guerra (Joseph Mengele), um assaltante procurado pela Interpol (Ronald Biggs), um ditador sanguinário (Stroessener), um mafioso (Tomaso Busceta) e recentemente um terrorista italiano (Cesar Battisti). Tudo isso, claro, sob os auspícios da lei.

Ironicamente esta lei que protege bandidos não é usada de maneira eficaz para proteger nossas crianças e adolescentes, garantido-lhes a dignidade e cidadania merecida. Dia desses, enquanto almoçava e ouvia as tele notícias fui bombardeado pelo descaso social em que vivemos: numa escola um aluno foi eletrocutado porque tocou numa parede que dava choque; em outra, os alunos bebiam água em panelas porque não haviam copos. As imagens falavam por si só. E, claro, as condições são precárias, mas não é por falta de dinheiro público e sim porque reformar escolas neste momento não trás vantagens políticas, pois este não é um ano de eleição. Assim, a ideia política é a mesma de 30, 40 anos atrás: manter as obras públicas num nível de precariedade e a educação das crianças num patamar subdesenvolvido para garantir o cabresto de votos nas eleições futuras.

Assim se constrói um país de analfabetos. Assim fomos ao longo da história sendo segregados de nossa intelectualidade e de nossa cultura. Usurpados de nossas criações como fazem ao pioneiro da aviação, Santos Dumont, com relação aos irmãos Wrigth e ao padre José Francisco de Azevedo que inventou a máquina de escrever e depois perdeu o direito de patenteá-la, pois um americano roubou-lhe a ideia e a patenteou sete anos depois. Se não temos respeito por nossa identidade, quem irá nos respeitar?

Das sementes contrabandeadas da floresta ao domínio da U.S. Steel que chegou a ser dona de 70% do ferro da Carajás, o país mudou muito, mas não mudamos nosso caráter. Antes éramos saqueados apenas pelos colonizadores que nos levavam a riqueza da terra e ficávamos como miseráveis ilhados em nosso próprio reduto; agora aprendemos a saquear a nós mesmos desviando recursos da saúde, da educação, da segurança pública e aumentando os impostos na mesma proporção que aumentam o número das aves de rapina.




sexta-feira, 16 de setembro de 2011

WI-FI

No futuro seremos uma espécie de corcundas vesgos e solitários com seis dedos em cada mão. Pelo menos é o que eu imagino, rebuscando Darwin, quando vejo a "geração perdida da internet" curvada sobre seus celulares e computadores portáteis de última geração.

A tecnologia acabou com a criatividade. Isolou boa parte da humanidade em limbos de bytes como uma droga poderosa que faz com que o único estímulo matinal que o indivíduo sinta ao acordar de manhã seja aquela vontade incontrolável de abrir a rede social e dar bom-dia aos seus zilhões de amigos invisíveis.

Às vezes recebo, nas redes sociais, convites de gente que nem conheço pra festas que eu nunca vou e daí me lembro daquelas festas que ninguém me convidava mas ainda assim eu ia e entrava de penetra pela porta da frente sem nem saber o nome do dono da casa. Era muito mais divertida a sensação de ser expulso a qualquer momento.

Mas o que mais me deprime são as redes wi-fi no bares e cafés, que pra quem não sabe, eram lugares onde algum tempo atrás as pessoas iam pra se conhecer, trocar ideias, paquerar... Impressiona-me agora este isolamento  exacerbado entre as mesas, este silêncio interrompido de vez em quando pelo som dos dedos nos teclados. Pois o lado nonsense dos locais com wi-fi é que as pessoas ficam cada vez próximas umas das outras, mas apenas para conversarem com pessoas distantes. 

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

SCARLETT JOHANSSON E A PROVA QUE DEUS EXISTE

Quero ser recebido assim quando chegar no céu

Ao saber que vazaram algumas fotos nuas de Scarlett Johansson na internet quase tive a certeza que Deus existe e se lembra destes pobres pecadores esquecidos sobre os teclados. Mas aí, tal qual uma aparição divina sob a trombeta dos querubins onde a visão varia conforme a fé do crente, o milagre bem que poderia ter sido muito maior do que somente duas fotos mostrando muito pouco. Merecia, no mínimo, 36 poses como num filme de 35mm. E Scarlett tem antecedentes fotográficos que lhe condenam: lembram da personagem de Vicky Cristina Barcelona? Meu Deus!!! Como me deu vontade de ser pintor e poeta e me mudar pra Catalunha... 

Esta mania das mulheres se fotografarem em frente ao espelho é um fetiche sem comparação, já que algumas deixam as fotos no celular mesmo sabendo que a qualquer momento alguém pode ter acesso e  vê-las. Ainda mais quando são picantes. Certa vez, um casal que eu não vou dizer o nome, deixou umas fotos dos seus momentos de Love Story e Garganta Profunda no celular e um outro amigo nosso teve acesso e copiou as fotos pro celular dele e compartilhou com a galera. Claro, sem que o casalzinho soubesse. Que maldade!!!

Mas cada narciso com seus fetiches. Que o digam nossas amigas. Basta acessar qualquer álbum de fotos delas para encontrá-las fazendo biquinho e carinhas em frente ao espelho. Imagine então acessar as fotos que estão guardadas no celular naquela pasta secreta???

Clique aqui para ver as fotos do "milagre". Oremos, precisamos de mais aparições.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

EU MINTO, LOGO EXISTO

Ser prefeito no Maranhão não é uma profissão difícil, basta ler da mesma cartilha Engana-Povo lançada desde os tempos em que lamparina dava choque. E hoje com os avanços da tecnologia até os semi-analfabetos podem se valer desta pérola da literatura política, pois basta contratar um assessor com salário na casa dos 5 mil, pra ele fazer um CLTR + C, CLTR + V dos discursos escatológicos e cheios de fanfarronices bem no estilo Odorico Paraguaçu. Na minha opinião, o troféu "óleo de peroba" vai para o discurso mais copiado que encontra-se no capítulo 2 da obra supra-citada e que é aquele que os prefeitos repetem mais que ladainha de novena: "Em nossa administração estamos pagando os salários em dia, construindo escolas, fazendo investimentos na saúde, construindo estradas". Ou seja, NADA MAIS QUE A OBRIGAÇÃO. Ainda que a maioria deles esteja mentindo.

Mas tem que repetir todo dia. Afinal, uma mentira repetida mil vezes se torna verdade.