sábado, 14 de julho de 2012

NA TEIA DO ARANHA

Fui assistir ao Espetacular Homem-Aranha com aquela dúvida sobre o que poderia haver de novo em matéria de ação/emoção que já não tivesse acontecido na trilogia anterior e sai do cinema com a sensação de que as minhas dúvidas faziam sentido. Exceto a opção de assistir em 3D, que não foi a que eu assisti, o novo Aranha não acrescenta nada de diferencial e surpreendente como os anteriores dirigidos por Sam Raimi. O ator não tem o carisma de Tobey Maguire por mais que se esforce em parecer um Peter Parker bobo ou um Aranha piadista. Achei que ele cabia melhor num destes filmes de vampiros adolescentes; visualmente a tia May dos filmes anteriores é muito mais caracterizada e assemelhada ao gibi que a atual e o vilão não surpreende mais que o Homem-Areia e Venon em efeitos especiais. O início do filme é muito lento  e a coisa só pega pra valer quando o Aranha começa a se balançar nas teias entre os prédios de N.Y., aliás usando a mesma técnica espetacularmente lançada na trilogia anterior.

Comentei minha opinião com meu filho e ele me disse que leu uma crítica que dizia que depois deste novo Aranha aquele primeiro, que tem o duende verde, parecia filme dos anos 80. Eu acho que esse crítico que escreveu isso entende tanto de cinema quanto eu entendo de aeronaves espaciais. Até o perdoo se em 2002 ele era um adolescente de 15 anos e desconhece a história recente do cinema, que deve ser o caso. Diria até que 50% de tudo que há de bom novo Aranha só acontece por conta da trilogia anterior, especialmente pela direção de Sam Raimi.

Sam Raimi era um diretor desconhecido nos anos 80 que se transformou num sucesso de locadora. Com uma câmera vagabunda e uns amigos fez um filme de terror assustador de baixíssimo orçamento introduzindo uma nova técnica de filmagem com mudança no plano de tomada da imagem (câmera correndo junto ao chão, imagem recuando em velocidade, etc.) incluindo tomadas inovadoras em primeira pessoa como no game Doom. Evil Dead foi filmado em uma cabana em poucas semanas e se tornou uma trilogia com Uma Noite Alucinante II e III, sendo este último um "terrir" com muitas cabeças arrancadas por uma moto-serra.

Depois de muitos projetos toscos e de passar por vários estúdios e diretores que não conseguiram transpôr o aracnídeo para as telas (veja aqui),  o filme caiu no colo de Sam Raimi que tal e qual fez J. J. Abrams com Lost e depois com Missão Impossível e Chris Nolan com Batman, colocou o herói no patamar que ele merecia no cinema.

Claro que esta nova versão tem todo interesse do estúdio e dos produtores em recontar a história partindo da adolescência do Aranha, mas repito, não vi nada de novo no front.

domingo, 17 de junho de 2012

EU SOU O CAVALEIRO NEGRO A PROCURA DE UM DESAFIO!

Lá no início dos anos, a minha rota diária era cruzar o centro de Fortaleza do terminal de ônibus da Água Fria, na Sena Madureira, até a Praça José de Alencar. Só que no caminho...No caminho ficavam algumas casas de pinball. E por ali eu ficava antes de voltar pra casa...

Imagine-se numa era sem Sky, celular, notebook, internet, playstation, nintendo, etc... Eram assim o início dos anos 80 e uma das coisa mais modernas da tecnologia que você poderia ter em casa era um console Odissey ou um Atari. Mas isso nem chegava perto das máquinas de pinball com suas luzes e músicas e a mágica de inserir a ficha e disparar o lançador de bola para depois exibir sua performance de bailarino fazendo caras e bocas enquanto manuseava os botões das palhetas.

E o clássico dos clássicos era o Cavaleiro Negro. Uma bela máquina predominantemente amarela com a temática de um cavaleiro medieval e além do piso normal dos pinballs, havia um segundo plano onde os jogadores tinham que lançar as bolas até lá. E mais: a máquina se comunicava com você. O mítico do Cavaleiro vinha da sua fala robôtica, convidando-o pra jogar: "Eu sou o Cavaleiro Negro a procura de um desafiiiô". Você podia estar ali distraído, jogando noutra máquina, combatendo alienígenas, ou como eu passando na rua e o Cavaleiro se fazia ouvir, instigando, provocando, a espera de receber as fichas da Taito no seu painel.

Outros tempos, caro leitor. Não sei quantas horas passei dentro de casas de pinball, mas posso garantir que foram muitas. Pesquisando para este post me surpreendi em saber que estas máquinas do Cavaleiro são raríssimas hoje em dia e estima-se que só hajam 30 delas por aí, valendo até 15 mil. Uau!!!

Trinta anos depois, meu sentimento é dizer que eu joguei nelas!!!


domingo, 10 de junho de 2012

AS MENTIRAS QUE OS AMERICANOS CONTAM

Já repararam que tudo americano diz que inventou?

Estava ali folheando uma revista quando me deparei com a informação de que Frank McNamara foi quem teve a ideia do cartão de crédito. Mentira! Todo mundo lá no sertão do Ceará sabe que o cartão de crédito foi inventado por Severino Olegário ou Severino das Meias conhecido mascate - também popularmente tratado pelo codinome de marreteiro - e concorrente lá nos primórdios dos tempos com Samuel Klein que ,como todo mundo sabe, criou as Casas Bahia e o crediário em 24 vezes.

Pois bem, reza a lenda que Severino descia pelo sertão do Ceará na rota de Quixeramobim pra Orós e depois voltando por Tauá e Cruzeta ia bater lá no Crateús pra vender as famosas meias de seda que naquela época eram coqueluche nas pernas das moças nos salões do Rio de Janeiro e Nova York. Como as viagens demoravam muito e o maior conforto que se tinha era andar montado num jegue  com sela Sião, a maior preocupação de Severino, além dos enjoos que sofria no trote do jegue, era ser assaltado naquelas veredas por onde já tinham   passado cangaceiros famosos como os irmãos Nezinho e Zeferino quando fugiram da Paraíba depois de  arrancarem os trilhos da estrada de ferro e sequestrado os engenheiros da Great Western. 

Então um dia ele teve a brilhante ideia de criar uma forma de garantir crédito onde quer que fosse. Mandou fazer um cento de cartões, que eram os protótipos do cartão de crédito, com os dizeres: 

CARTÃO CREDIRINO
ACEITO NAS BUDEGAS E MERCEARIAS DE FORTALEZA AO CRATO


A coisa pegou tão bem que logo ao invés da caderneta de fiado, Severino mandou fazer uns cartões de papelão duro onde ele lançava as conta contábeis dos seus clientes. Daí quando ele começava sua rota de venda, passava em todos os comércios acertando as contas de seus clientes e passando nas casas deles pra receber os pagamentos.

A ideia foi tão compartilhada entre as pessoas - que poderia ser chamado de faceboca - que até Amelia Earhart e Orson Welles quando tiveram no Ceará quiseram conhecer Severino. Amelia queria dar uns vôos rasantes sobre a Praça do Ferreira com Severino a bordo, mas este se esquivou alegando problemas de enjoos: "Se no jegue eu já baldeio, imagine avoando nessa coisa feito carcará", teria dito a um de seus biógrafos. Sobre seu contato com Orson Welles pouco se tem certeza se de fato aconteceu, embora um de seus primos corrobore a informação que Welles teria vindo ao Brasil para filmar a vida de Severino e não do jangadeiro Jacaré, mas por intervenção do FBI e da CIA, o conhecimento do litoral brasileiro do Ceará ao Rio era mais estratégico naquele momento que o sertão cearense.

Depois  logo vieram uns "mazelementos" americanos durante a criação da base aérea de Fortaleza e surrupiaram a mala de Severino com todas as informação e levaram pros "esteites" onde deu no que deu depois que um sarnento, foragido e exilado da caatinga de nome Eliotério Anestésio   traduziu os alfarrabios codificados em nordestanês e a aritmética derivativa da gameleira oitiva de Severino pros estudiosos de Harvard, Wall Street e afins.

É como se diz por aí: "Papagaio come e periquito leva a fama".

sábado, 9 de junho de 2012

RECORDES SEXUAIS

Li a pouco que o jato de sêmen de Horst Schultz alcança 6 m de distância. Eu penso que se a parceira não estiver com capacete e com as costas apoiadas numa parede ou com cinto de segurança ela é jogada pra longe com fraturas múltiplas. O cara também bateu o recorde de altura na ejaculação - 3,65 m - o que é considerável pra deixar a mulher grudada no teto. Parece coisa de homem-aranha. Ele bateu também o recorde de velocidade na ejaculação - 68,2 Km/h - que supera em muito a velocidade atingida por Usain Bolt, atual recordista mundial dos 100m rasos.

E tem os caras que tratam as mulheres como bonecas infláveis soprando dentro da vagina. Ocorre que esta técnica (?) sexual é altamente arriscada, pois pode levar à morte por embolia pulmonar de forma repentina em torno de 30 minutos após o aparecimento dos primeiros sintomas. Recomendo que as parceiras mantenham na cabeceira da cama um saco de balão pra estas criaturas, que não tiverem infância, soprarem até doer as bochechas. Afinal, não faça de sua vagina uma arma, pois a vítima pode ser você.

E não menos curioso, outro recorde inusitado é o da russa Tatiana Kozhevnikova que consegue levantar 14 kg com a vagina. Pra você ter uma ideia do que é isso, imagine que aqueles sacos de arroz grandes que tem no supermercado pesam 5 kg. São quase 3 sacos daqueles de peso que a russa aguenta. Não é qualquer palitinho de dentes que o cara tem entre as pernas que encara esse schwarzenegger das vaginas. Sujeito pra encarar tem que fazer o mesmo batendo um peso com um halteres preso no bigolim 3 vezes ao dia: um, dois, um, dois, um, dois....


segunda-feira, 4 de junho de 2012

A INSUSTENTÁVEL AGONIA DA FOME

Admiro a ousadia de quem experimenta pratos gourmets. De certo percebo hesitações entre os garçons sobre em qual prato vai aquele molho marrom escuro ou em qual molho vão as alcaparras. Não me ambiento tão rápido às mudanças. Inclusive às culinárias. Hoje me vi impossibilitado de almoçar em um dos meus locais habituais e acabei num restaurante supostamente especializado em massas e risotos feito por gente que, imagino, entende tanto de culinária italiana quanto eu entendo de motocicletas. Porém, motivado pelo atraso de compromissos e pela fome, aventurei-me rumo ao desconhecido.

O cardápio é muito simples. Os preços, nem tanto. Não tenho muitas opções de escolha e as fotos não ajudam muito a dar uma ideia do prato. Aliás se as fotos ajudassem eu preferia comer as fotos, pois SEMPRE são mais apetitosas que os pratos reais. O prato em promoção é o risoto de filé e é este que eu peço pra garçonete que me entrega uma espécie de senha no formato de um disco de acrílico com luzes piscando, parecendo o boi da Maioba, e diz que eu posso aguardar na mesa pois quando o risoto estiver pronto os leds do disco vão piscar me alertando:
- Ah, vai piscar mais do que isso?

Sento na mesa de frente pro balcão. Melhor, assim fico de olho quando meu prato sair ao invés de pagar um mico dessa coisa ficar piscando e eu distraído não me dar conta. Mas como será a aparência da porra do risoto? Olho pros lados e fico imaginando se alguém tá comendo um risoto ou coisa parecida. Ninguém tá comendo risoto. O pessoal daqui parece que sabe o que pede. O risoto é o prato do dia e ninguém pede? Que porra é essa? Começo a ficar preocupado. Enquanto me distraio e dou início a esta postagem, eis que do disco de acrílico começam a piscar alucinadamente umas luzes vermelhas estroboscópicas feito uma nave espacial prestes a fazer contatos imediatos de terceiro grau. Me levando rapidamente e já repasso rapidamente aquela lamparina de leds pra garçonete no balcão que me apresenta o prato enquanto pergunta o que eu quero beber.

Pense num sujeito deprimido. Deprimido e com fome. Sinceramente, ainda que faminto, a primeira reação que eu tive quando vi o tal risoto de filé foi: "olha moça, não quero comer isso não..." Sendo muito otimista na minha descrição, a primeira impressão que tive foi aquele arroz mole empapado com uns pedaços de filé trinchado e uns cubos de queijo derretendo pra dar liga. Tirando o queijo, parecia aquele arroz mole que minha mãe comia quando tava com dor de barriga. Mas sendo mais escroto, parecia a misturada de arroz com raspa de panela que a gente dá pra cachorra lá de casa no fim do dia.

Mas daí, meu amigo, como tava com fome e ainda por cima tinha que pagar a conta, pois não ando ganhando pra fazer crítica culinária, encarei cada garfada daquela gororoba de arroz pasto com um arrependimento miserável de não ter ido atrás de um peixinho grelhado com legumes, lá no velho e bom self-service. E ainda por cima não tinha nem uma farofinha pra rebater o angu....

-Vai Jorge, vai ser gauche na vida, disse-me baixinho meu anjo da guarda.... O chato do querubim.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

SÓ DÓI QUANDO É NO SEU

Hoje pela manhã enquanto tomava meu breakfast (um nome chique pro meu pão com manteiga e café) e assistindo ao jornal local, surpreendi-me com os nuances da língua portuguesa. Que os digam os acadêmicos Manuel Raimundo Fonseca e Francelino Bouéres. 

Parafraseando o jargão militar que utiliza frases do tipo "o elemento evadiu-se do recinto", os telejornalistas também tratam bandidos que foram presos em flagrante delito como suspeitos. Parece que é pra não ofender as disgranhas. Bullying, só pode... Sendo assim, quem é bandido então? Porque de suspeito basta eu, lá pelos idos da 7ª série, de soltar uma bomba de murrão no corredor da escola bem no pé da santa. Daí que aparece este elemento (rapaz, esse português militar é contagioso) às 3 da manhã num caixa eletrônico com tubos de oxigênio, acetileno e solda, tava fazendo o quê? Churrasco? Só se for de onça ou de garoupa.

Pra dirimir dúvidas, fui lá no pai dos burros resgatar o significado da palavra suspeito pra enquadrá-la no contexto como alguém de quem se faz uma suposição do tipo "ah, pode ser ele, será? Ó dúvida cruel!!!"

Diz lá que suspeito é:

adj.
1. Que causa suspeitas.
2. Que é de diagnóstico reservado (falando de doenças).
3. Que não inspira confiança.
4. Que se deve evitar; perigoso.

E que suspeitar é: -
v. tr.
1. Conjecturar, julgar, supor ou imaginar com certos dados mais ou menos seguros.
2. Considerar ou taxar por suspeitas.
3. Imputar por suspeitas alguma qualidade a (alguém).
v. intr.
4. Fazer suposição; ter desconfiança.

Então, caríssimo leitor, entre suspeita e certeza,  responda rápido:  seu melhor amigo anda desconfiado que tá levando chifre e um dia encontra você pelado e de barraca armada às 3 da manhã no quarto da namorada dele. E aí?
Você vai ser tratado como: a) suspeito de que tá comendo a periguete b) com certeza o cara que tá comendo a periguete c) um sonâmbulo que errou de casa

Interpretação é questão de ângulo. Ou como dizia Clovis Bornay: só doí quando é no seu.

E, suspeitas à parte, aproveitando as brechas legais das prescrições permitidas em lei em benefício próprio e desfazendo qualquer mal entendido que possa ter acometido outro aluno inocente, mando o recado pra diretora do colégio, aquele lá da 7ª série, que fui eu mesmo quem soltou a bomba de murrão.

domingo, 6 de maio de 2012

POR QUE NÃO PENSEI NISSO ANTES?


O mundo é um lugar de oportunidades. Jamais alguém conseguiu me convencer de suas dificuldades de empregabilidade porque a cada dia que passa mesmo com a concorrência acirrada, abrem-se novos nichos, novas especialidades, novos aperfeiçoamentos, onde mais cedo ou mais tarde, acha-se seu lugar no mercado de trabalho.

E por isso, dia após dia me surpreendo com este mundo de mutações onde é impossível se manter alheio à imparcialidade. Por mais que eu tente me manter na posição de ombudsman, fico sempre tentado a colocar uns gramas a mais no outro prato da balança. Na verdade, no prato da controvérsia, do ti-ti-ti.

Outro dia li que um sueca havia aberto na capital austríaca a primeira escola internacional de sexo do mundo. Por que não pensei nisso antes? Um nicho onde é possível fazer sexo com desconhecidos sem o pejorativo da prostituição e da pornografia.

- Vai pra onde?
- Vou pra aula, querida!

Que resposta fantástica e verdadeira pra namorados e maridos darem as suas caras-metades sem a necessidade de estarem mentindo e inventando firulas mirabolantes. Além, é claro, do conforto de não estarem numa sala de aula tradicional calculando a velocidade de deslocamento de um avião em movimento do ponto A para o ponto B, mas de estarem numa prática algébrica introduzindo o cateto na hipotenusa, se é que você me entende.

Imagino a quantidade de dúvidas que estes alunos não devam ter:
- Não entendi esta parte. Podemos repetir?

Ou o alto índice de repetência por conta daquela professora dinamarquesa:
- É a terceira vez que repito de ano. Acho que é culpa da professora....

Pior pra Julian Assange que não teve este insigth. Tem coisa que não se deve fazer em casa.

Talvez por isso Viena tenha ficado no topo da lista divulgada pela Mercer como a cidade com melhor qualidade de vida atualmente. Preferencialmente ouvindo Mozart depois da lição de casa.