segunda-feira, 30 de novembro de 2009

RAIMUNDO FAGNER CANTA EN ESPAÑOL_1981


Fagner flertava em lançar um disco em espanhol a algum tempo, desde Paris. Então, em 1981, durante a gravação do Traduzir-se, na Espanha, o projeto foi ganhando forma e as duas pontas então se uniriam. Daí ele pode lançar o Raimundo Fagner Canta en Español, que são versões de sucessos de discos anteriores vertidas para idioma catalão.

A capa do disco é um remake de Eternas Ondas e a base das gravações foi a mesma utilizada nas versões nacionais o que faz com que as músicas soem mais familiares.

O disco é uma raridade pois  nunca foi lançado no Brasil, nem em vinil, mesmo com o sucesso que obteve nos países de língua espanhola. A audiência no Brasil coube apenas em algumas rádios, como a FM do Povo lá em Fortaleza e uma das canções - Ave Corazon - foi apresentada no Fantástico, da rede Globo.

As músicas estão disponíveis no meu disco virtual do 4 Shared para audição e/ou download, nos links abaixo:

OBRIGADO PELA VISITA
OS LINKS NÃO ESTÃO MAIS FUNCIONANDO 

01 Fagner_Nocturno.wma
02 Fagner_Eternas Olas.wma
03 Fagner_Las Rosas no Hablan.wma
04 Fagner_Ave Corazon.wma
05 Fagner_Frenesi.wma
06 Fagner_Revelacion.wma
07 Fagner_Olvido.wma
08 Fagner_Alas.wma
09 Fagner_Lamento para un Puñal.wma
10 Fagner_ Romanza.wma

sábado, 28 de novembro de 2009

O CASARÃO DO CAMPO DE OURIQUE

A foto ao lado é um cartão postal comum nas bancas de revista da cidade. Mas para mim esta era apenas a casa do meu avô. A casa onde nasci e vivi até os 5 anos de idade. O casarão do Campo de Ourique é de onde residem minhas primeiras lembranças de uma infância feliz.  Lembranças de um tempo mais tranquilo, de almoço em família, de brincadeiras de criança no terraço. Tempo em que as casas não possuiam grades nas janelas, os muros eram baixos e que não se vivia na reclusão das casas como se vive hoje em dia.

Minhas lembranças não seguem uma ordem cronológica e estão misturadas a várias fotografias amareladas que conservo até hoje. Lembro-me de ter visto pela janela do quarto da minha avó, ao entardecer, um barco a vela descer pelo rio Anil; o dia que prenderam um ladrão de galinhas no quintal dos fundos da casa; os copos vibrando dentro da cristaleira quando eu passava correndo pelo assoalho de madeira da sala de estar; a escada em espiral que levava à cozinha e ao porão, um local escuro e que eu achava sombrio e esquisito; o dia em que meu irmão nasceu, vindo da maternidade; o santuário de minha avó numa sala adjunta ao meu quarto; o dia em que joguei fora o meu pipo sob o comando do palhaço Arrelia, desta sacada na foto, para espanto de meu pai.

O casarão existe até hoje e foi reformado pelos atuais proprietários conservando o estilo art nouveau do início do século XX. Porém o quintal ao lado onde conviviam enormes jabutis, perus e galinhas, sob a sombra de várias goiabeiras, deu lugar a um prédio comercial, levando consigo a luminosidade daqueles dias, com suas manhãs e tardes preguiçosas em que o tempo demorava a passar e que agora restam apenas nas minhas lembranças e fotografias.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

MAL SECRETO: RAIMUNDO CORREA


Raimundo Correa nasceu a bordo do navio São Luís em águas maranhenses em 13 de maio de 1859 e faleceu em Paris em 13 de setembro de 1911.  Foi o fundador da cadeira nº 5 da Academia Brasileira de Letras.
Sua obra atravessa 3 escolas clássicas: o Romantismo, o Parnasianismo e o Simbolismo, mas uma característica marcante, principalmente nos seus sonetos mais conhecidos, é que eles carregam uma aura sombria de pessimismo o que não representa um dom menor, pois juntamente com Alberto de Oliveira e Olavo Bilac formaram a trindade parnasiana.
O poema a seguir me reporta à 8ª série onde o falecido professor Evílton nos sabatinava, transformando-nos em exegetas, para dissecar todo o contexto gramatical do poema, incluindo todas as funções da partícula "se ".


MAL SECRETO


Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse o espírito que chora
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente que ri, talvez, consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja a ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

PEIXE FRITO


Dia desses estartei que deveria passar às gerações futuras um pouco de meus pequenos talentos culinários aprendidos na marra, sobre a convicta necessidade de que quando se está longe de casa o cara tem que se virar para fazer uma refeição decente.

Vou começar com um prato que eu gosto de fazer aos domingos que é quando eu tenho mais tempo: Peixe Frito.

Embora pareça simplório colocar o peixe temperado para fritar em óleo quente, fiquem sabendo que peixe é danado pra grudar na frigideira e se você não souber dos truques, vai ter um esbagaçado de peixe frito ao ínves de um prato apresentável e apetitoso. Vamos lá:

INGREDIENTES:

2 a 3 Peixes com cerca de 20-25cm ( os da receita foram Peixe-Pedra )
Limão
Sal

MODO DE PREPARAR:

Ao adquirir os peixes, peça para o vendedor descamar e tirar as vísceras.
Lave o peixe em água corrente, divida-os ao meio com uma faca, depois tempere-os a gosto com limão e sal e deixe marinar por uns 30 minutos.
Estenda o peixe sobre uma tábua de cozinha e ponha para secar no sol, um lado depois o outro.
Coloque óleo numa frigideira ( teflon, preferencialmente ) e junte 2 ou 3 dentes de alho.
Quando o óleo estiver bem quente, dando aquelas pipocadas, coloque os pedaços de peixe para fritar. Não coloque muitos pois a quantidade "esfria" o óleo.
Quando estiver dourado de um lado vire e depois de pronto coloque sobre papel-toalha para retirar o excesso de gordura. Repita a operação com os pedaços restantes.

DICAS DA RECEITA:

O sucesso depende de: o peixe secar bem ao sol; óleo bem quente; boa frigideira; alho para evitar que o peixe grude.
Algumas pessoas empanam o peixe na farinha para fritar ao invés de secar no sol. Dá certo. Mas o sabor não é o mesmo.

Para acompanhar sugiro um cuxá ou um caruru. Depois passo a receita.

Bom apetite

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

ACROSS THE UNIVERSE


Minha filha passa pela sala e me vê largadão no sofá assistindo Across The Universe pela nésima vez e diz: "De novo, papai?"

Fazer o quê?

O filme faz parte do pacote que estou guardando se sobreviver a 2012. É um musical de 2007 que utiliza trilha sonora dos Beatles - principalmente dos discos Abbey Road, The White Album, Let it Be, Yellow Submarine e Magical Mistery Tour - numa história que tem como pano de fundo a guerra do Vietnã e todo ambiente do final dos anos 60 onde a música, as artes e o comportamento dos jovens ganharam tons revolucionários e psicodélicos.

Neste cenário um jovem irlandês ( Jude ) vem para os EUA encontrar-se com o pai desconhecido e acaba conhecendo um rapaz ( Max ) e sua irmã ( Lucy). Dali parte para uma trupe em Nova York onde conhecem uma cantora e seu parceiro e acabam todos morando juntos numa situação que muitos jovens já vivenciaram.

Outra característica marcante é que as canções são interpretadas - na sua maioria - pelos próprios atores sem qualquer dublagem e o resultado foi tão bom que a TSO foi lançada em tres versões: com 16, 29 e 31 canções.

O filme conta com participações especiais de Salma Hayke ( que pediu para participar do filme nem que fosse num papel pequeno ), Joe Cocker ( em papel triplo ) e Bono Vox ( como hippie ).

O filme termina com Jude e seus amigos cantando All Need is Love em cima do telhado da gravadora, numa referência aos próprios Beatles que no final de janeiro de 1969 realizaram sua última apresentação para o "público", em cima do telhado da Apple, num momento já conturbado e ensaiado da separação da banda.

Segue na canja um dos traillers/clips do filme na cena que antecede o retorno de Jude para os EUA, depois que ele foi deportado. É a penúltima música do filme. Como todas as canções, as letras se " encaixam " nas cenas. Nesta cena, Max e Jude, estão bebendo em bares distintos; um em Nova York outro na Irlanda, mas a tomada da cena aliada à letra da canção, dá a sintonia de que eles estão conversando através do espelho e Max fica motivando Jude a retornar a N.Y.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A TURVA MÃO DO SOPRO


Conheci a obra de Ferreira Gullar através do Toda Poesia, lançado pela Ed. Civilização Brasileira, logo após seu retornou do exílio no início dos anos 80. Nessa época eu estava vivendo meu exílio cultural em Fortaleza e a densidade da poesia aliada a citações de lugares tão conhecidos narrados de forma intrínseca, abalaram minha maneira de ver aquele mundo do qual eu fazia parte e nem havia me dado conta. Nunca mais fui o mesmo.

O Todo Poesia é o básico para se entender o criador a e criatura pois ele abrange desde os primeiros desassossegos do poeta com a forma e a linguagem poética, atravessa os anos 60 rasgando por dentro os conflitos políticos, as guerras, a contracultura, a vanguarda, o exílio e a saudade sempre transparente de São Luís, com suas ruas, becos, alagados, mangues e nuvens espalhadas na velocidade do céu azul.

No domínio da linguagem e sem dever nada à poesia, Gullar também é autor de ensaios, crônicas, ficções, colagens, roteiros, entre outros, que valem a pena ser espiados na página do autor em literal.terra.com.br/ferreira_gullar/ . Um poeta multimídia antes da criação do termo.

Com 60 anos de carreira, próximo a completar seus 80 anos de idade e com reedições de sua obra, ele deverá ser o homenageado da 3ª Feira do Livro de São Luís que acontece este mes na Praça Maria Aragão, no Jenipapeiro "onde uma caldeira enferrujava na areia da praia"*.

* verso do poema Evocação de Silêncios de Ferreira Gullar.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

OUTROS CARNAVAIS


Revirando minhas foto antigas deparei-me com esta que ilustra o texto. Acho que tinha uns 5 anos nesta época, no máximo, e a foto foi tirada por meu pai na sua Yashica Mat LM, no sobrado do meu tio-avô Humberto.

Era costume da família passar os carnavais no sobrado da Rua do Passeio, pois o corso desfilava por lá, vindo desde a Rua São Pantaleão. Lembro de ficar numa das várias janelas, arremessando serpentinas e confetes sobre os blocos e transeuntes.

O desfile começava com os blocos de sujo, depois vinham as tribos de índios, os blocos tradicionais, a casinha da roça e no final as escolas de samba. Cada bloco daquele tinha um som peculiar. Único. Do bater de lata de uns ao tambor ritmado de outros. Era a identidade daqueles carnavais.

Depois que eu me vi por gente, pelo mundo, vieram os carnavais nos clubes: Casino, Jaguarema e Lítero. Este o mais disputado e você só entrava se fosse sócio ou tivesse convite. Eu, geralmente, não tinha nem um nem outro e, às vezes, entrava escondido num porta malas de carro ou com a carteira de alguém que nem de longe se parecia comigo. E a noite toda embalado por doses de cuba libre e som de Nonato e seu Conjunto.

Dali pra Praça Deodoro foi só um pulo. O point era no início da Rua do Sol onde a galera se deixava levar nas tardes embaladas ao som de trio elétrico, Flor do Samba e Turma do Quinto; balançando o chão da praça entre doses homeopáticas de cervejas, nuvens de maisena, temporais de fevereiro e azarações nas amigas e suas colegas.

Era um tempo de descompromisso com o futuro que viria. Era o início dos nossos vinte anos mas a gente bricava como se fosse pra sempre. Eram outros carnavais.

MASSAFEIRA


No universo dos festivais de música, o Massafeira foi para mim uma mini ilha de Wrigth. O circuito de eventos do festival teve seu ápice no teatro José de Alencar nas tardes/noites de artes visuais e música reverberando naquele que seria o último reduto hippie-musical onde malucos-beleza entoaram seus acordes anunciando o fim de ciclo que não se repetiria mais com a mesma autenticidade nos anos seguintes.

O registro ficou gravado num álbum duplo com a capa reproduzindo o mesmo cartaz de divulgação do festival: uma cabeça de carneiro estilizada entre desenhos de traços nordestinos e psicodélicos. Na parte interna, uma miscelânia de fotos dos artistas que fizeram aquele som acontecer.

Eu estive lá todos os dias e vi todas as perfomances. Comprei o disco que depois se perdeu numa tragédia de cupins de gosto musical que detonaram todos os meus vinis. Recentemente estive na casa de um amigo em Codó e entre um johnny walker e outro, reencontrei-o no seu acervo de vinis, onde pude resgatar todas as lembranças.

Acredito que nunca foi lançado em CD, o que é uma pena, mas por outro lado numa busca na internet é possível ouví-lo, ver as fotos e saber mais do evento.
Recomendo uma visita em zecazines.blogspot.com


MARMELADA FUTEBOL CLUBE


Fico com pena do torcedor que vai ao estádio todo domingo, se esgoela na arquibancada pra assistir as maracutaias dos campeonatos estaduais e nacional. Mes passado aqui na terrinha o Chapadinha entregou o jogo ao Viana por 11 X 0 para não dar chance pro Moto de voltar à série A. E diga-se de passagem: foram marcado 9 gols quando faltavam 9 minutos para terminar o jogo.

Agora a matéria é a pretensa anulação dos minutos finais do jogo do Sport e Palmeiras. Rá, rá, rá!!! Façam-me rir!!! É pedra cantada o baixo nível da arbitragem brasileira. Árbitros já foram denunciados, investigados e comprovado o envolvimento em fraudes que se envolveram para interferir no resultado dos jogos. E continua assim.

Antigamente eles pelo menos apitavam de preto; acho que pra não aparecerem tanto. Hoje tem árbitro trajando amarelo-limão, laranja-canário, violeta-chanel e algumas "bibas" que se pudessem apitavam de saia.

Entre ir ao estádio, prefiro ficar em casa saborendo minha marmelada. Essa pelo menos é autêntica.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

VENDEM-SE LOTES NA LUA

E o pré-sal, hein?

O governo já começou a negociar os royaltes com os Estados. Eu tenho vontade de mandar umas caixas de óleo de peroba pra Brasília. Os caras tão negociando o pré-sal como quem vende terrenos na lua. É o tipo da coisa: você sabe que o petróleo tá lá, a Petrobrás tem know-how, mas não sabe quando vai começar a produzir. É bem capaz de o país só começar a explorar o petróleo quando o mundo já não precisar mais de combustíveis fósseis. E vai-se cobrar essa negociata de quem? Porque até lá muitos destes políticos que estão na negociata já partiram desta pra melhor. Ou melhor, eles mesmos já estão entrando no processo de virar petróleo.

Outro dia alguém perguntou o seguinte: "se Brasil o país do futuro, por que esse futuro nunca chega?" Eu digo que não chega porque quando o Brasil dá um passo pra frente, o futuro dá dois.

O Brasil, na verdade, tá mais pra país do já foi. Vejam só estes exemplos:

Transamazônica: sonho ufanista dos militares de uma estrada para integrar o Norte do país por dentro da selva amazônica, como opção de saída para o Pacífico. Hoje o que restou dela é mais um caminho de lama e mato ligando nada a coisa nenhuma.

Seringais da Amazônia: Fonte de riqueza do Estado do Amazonas no início do século passado, que foi surrupiada pelos ingleses, por biopirataria, para plantio em suas colônias. Hoje quase todo látex usado no mundo vem da Malásia.

Carro elétrico da Gurgel: Primeiro carro elétrico da América Latina, feito aqui no Brasil em 1974. Fatores diversos como a negligência do Governo em apoiar a pesquisa e o aprimoramento do carro elétrico, priorizando o programa do álcool combustível, permitiram que outros países tomassem a ponta da tecnologia do desenvolvimento do carro elétrico e nos oferecessem a preço de levar choque.

Tem a do avião também: Santos Dumont e os irmãos Wrigth. O brasileiro voou e os Wrigth registraram a patente. É da nossa índole sermos bonzinhos, amigáveis e receptivos com todos. Assim eles levam nossas riquezas, nossas patentes, até nosso cupuaçu que já estava patenteado no Japão. Ou seja, uma fruta nossa, indígena, levada pra Ásia por biopirataria, e o Brasil na condição de não poder usar o nome cupuaçu; caso contrário teria que pagar royates pros japoneses. Só muita bomba atômica na cabeça destes nipônicos.

E assim voltamos ao pré-sal. Aos terrenos na lua. Precisando de um lote, é só me mandar um e-mail. Só não garanto o translado, mas um dia chega-se lá.


segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ENGARRAFAMENTOS: PRA ONDE VAI O IMPOSTO QUE PAGAMOS?


O maior defeito da gestão pública é que quando ela é deficiente a gente só percebe o estrago em longo prazo. A gente sabe que a coisa vai indo mal, se engana imaginando que alguém vai resolver e quando se dá conta o caos está generalizado. Falo dos engarrafamentos nas cidades brasileiras. Estou omitindo “grandes cidades” porque hoje em dia as cidades não precisam ser grandes para ter engarrafamentos.

A solução pra mim é simples. Chama-se investimentos. Com recursos dos impostos que pagamos sobre aquisição, uso e manutenção dos veículos que usamos. Simples assim. Difícil é saber quem vai fazer, pois não existe atitude nem em repintar as faixas de pedestres apagadas da cidade.

Eu me lembro do aero-williams do meu pai que ele abastecia de vez em quando com gasolina azul de aviação e que as BR’s eram bem sinalizadas e administradas pelo DNER com aquelas placas que hoje a gente só vê nos manuais pra tirar carteira de motorista. Hoje não se vê sinalização de boa qualidade nem nas principais ruas nem avenidas da cidade. Quando existe ela é precária e mal conservada. Até os faróis dos semáforos estão perdendo a cor. Tem horas do dia que não se sabe se tá vermelho, verde ou tudo apagado. Até os guardas de trânsito sumiram. Virou terra de ninguém. Só o Estado arrecada. E o dinheiro vai pra onde?

Dados de outubro/2009 indicam que São Luís foi a 14ª cidade do país com aumento de frota nos últimos 8 anos com crescimento de 102% no número de veículos, superando Fortaleza e São Paulo que cresceram 59% e 47% respectivamente no mesmo período.
A cidade conta com uma população de 997.098 habitantes e a frota de veículos entre 2001 e 2009 passou de 99.759 para 201.702. São Luís tem 1 carro para cada 5 habitantes.
A pergunta que se faz é a seguinte: para onde vão os impostos que pagamos sobre o preço do automóvel, da gasolina misturada e do IPVA?

Façamos as contas e vamos chegar a um resultado de centena de milhões de reais/ano. que deveria ser utilizado para melhorar a qualidade do trânsito para motoristas e pedestres. O imposto embutido no valor do veículo é de até 40%; na gasolina misturada, cerca de 50% e o valor de IPVA varia de 2% a 5% do valor do veículo conforme o Estado ou Município.

Faz cerca de 30 anos que não há uma renovação da malha viária da cidade, embora a pelo menos uma década já houvesse esta necessidade. No entanto, as concessionárias comemoram seus recordes de vendas, o governo comemora o aumento da produção do petróleo, até o Detran comemora quando é época de cobrar o IPVA.

Enquanto isso, no trânsito, imagino utopias. Imagino se a vida vai imitar a ficção e a solução para os engarrafamentos será aquela apontada em Minorty Report, onde os carros deslizam por rodovias verticais. Porém até as utopias necessitam de atitudes para serem realizadas. Como utilizar os impostos que pagamos de forma inteligente e honesta, num bem comum para todos.

domingo, 8 de novembro de 2009

QUANTO CUSTA UM PRESIDIÁRIO?


Se você ganha uns R$ 1.200,00 por mês no seu emprego suado, saiba que são necessários cerca de 5 trabalhadores como você para manter um preso numa penitenciária de segurança máxima. Por outro lado se for numa prisão comum, fique tranqüilo, pois seu salário é exatamente quanto custa um preso nesta condição. Parece piada, mas não é. Os dados são de um Cel. reformado da PM de São Paulo em matéria publicada algumas semanas atrás em jornal local.

E o que faz um presidiário para justificar todos estes gastos do Estado neste “repouso forçado” numa casa de detenção? Não faz nada. É um spa de marginais que se reúnem diariamente para articular novos planos criminosos contra a sociedade que os sustenta. Tudo culpa do sistema judiciário brasileiro.

Dados de maio/2009 fornecido pelo Ibccrim no site da Agência Brasil revelam que no início dos anos de 1990, havia em torno de 100 mil presos no país. Hoje, há mais de 450 mil. Em outras palavras, após duas décadas de comprovada ineficiência do sistema judiciário e penintenciário, pagamos um preço caro tanto no bolso quanto pela insegurança das ruas.

Outro dia, li uma reportagem que comparava o quantitativo de faculdades de Direito no Brasil e nos EUA. O Brasil dá de lavagem, porque aqui já virou uma indústria. Nesta semana teve um assalto, com reféns, a uma agência bancária aqui na cidade e antes dos presos chegarem à delegacia, seu advogado já estava lá. Ou seja, eles vão cometer o crime e já deixam a retaguarda jurídica posicionada. Como tem advogado demais, alguns deles pegam qualquer refugo.

Contrariando o que diz a constituição, no artigo XLVII, que não haverá penas de trabalhos forçados, sou totalmente contra. Criminoso tem que pagar sua pena com a sociedade dá forma mais justa. É a melhor maneira é produzir algo útil para esta sociedade que o sustenta. Acho que a maneira mais útil desta escória compensar o mal que produz à sociedade é colocá-los num fardamento listrado, com algemas nos pés sob vigilância armada, para consertar e preservar nossas rodovias, por exemplo. Limpar mato dos acostamentos, tampar buracos, fazer sinalização,etc.

Afinal , como já dizia minha avó, mente ociosa é oficina do diabo.


sábado, 7 de novembro de 2009

URNA BIOMÉTRICA


Vem aí a urna biométrica nas eleições.

Agora você vai ser identificado pela sua impressão digital na hora da votação. É tecnologia, mas você vai ficar com aquela sensação de ser analfabeto que não sabe escrever o nome.

O governo justifica o avanço tecnológico para imprimir transparência e lisura no processo eleitoral!

Eu vejo de outra forma. O governo quer saber se você é ou não desonesto quando vota. Se vota no lugar de defunto ou se vota duas vezes em dois locais diferentes. Pra mim quem provoca a fraude na eleição não é o eleitor, mas o candidato que o suborna.

Então antes de exigir que o eleitor ponha sua digital na urna para justificar sua integridade, sou a favor de tirar as digitais na polícia de todos os candidatos e cruzar os dados na justiça a fim de verificar se um e outro não respondem a processos que os tornem inelegíveis.

Porque todo cuidado é pouco. Pois teve aquele ex-deputado acreano que mandava matar seus inimigos com motosserra. Imaginem o que não fariam por nossos polegares.

OS INGLESES E AS BELAS


Deu na internet a demissão de duas jovens inglesas por um motivo insólito: ambas eram belas e sensuais. A primeira foi demitida de uma padaria porque suas curvas sinuosas chamavam demasiadamente a atenção dos clientes; a outra de um presídio, sob alegação de ser sexy demais.

Imagino que as esposas começaram a desconfiar do repentino interesse de seus maridos em comprar o pãozinho quente de todo dia; ou de cometerem pequenos delitos para passar uma noite na prisão.

Tenho admiração pelo futebol, música, literatura e história inglesa, mas em matéria de mulher os caras são uns tremendo babacas. Taí o Príncipe Charles, pra não me deixar mentir, vivendo maritalmente com o jaburu que foi sua ex-amante.

Quando o assunto é sexo, então nem se fala. Os caras detêm a cátedra da frieza e da formalidade. Quem assistiu “O Sentido da Vida” do Monthy Phynton sabe do que estou falando. Tem uma cena em que o professor tenta ensinar para a classe de meninos, uma aula de educação sexual com sua esposa frígida.

Imagino que isso tudo é armação das feias. Imagino-as com seus rostos feios, seus sorrisos feios, batendo palmas. Só pode ser, porque quem teve um rei promíscuo como Henrique VIII não pode exigir uma sociedade pudica.

O paralelo disso aqui no Brasil foi com aquela estudante que teve de sair escoltada pela PM, da faculdade onde estudava, porque foi acossada em sua integridade pela horda estúpida de uma minoria manipuladora, sob alegação do vestido que estava usando.

Eu pensava que estes tempos já haviam passado, mas me enganei.

Após anos de sexo, drogas e rock’n’roll, a década de 80 trouxe o mundo de volta a uma fase de conservadorismo sem precedentes: o líder da maior Igreja e o presidente da nação mais poderosa, o papa João Paulo II e o presidente Ronald Reagan respectivamente, eram conservadores extremistas; e corroborando com tudo isso, havia a disseminação do vírus mortal da AIDS impingindo a nova ordem da monogamia. Em outras palavras, vivia-se para preservar a moral e os bons costumes.

Mesmo assim estes ventos se foram. Ano após anos, continuaram pipocando denúncias de pedofilia e homossexualismo dentro da Igreja, a indústria pornográfica americana ascendeu vertiginosamente importando para o mundo seus gang-bangs e similares e a humanidade aprendeu a usar o preservativo, retornando ao seu instinto primitivo de poligamia.

Cito então, Lavoisier; “nada se cria, tudo se transforma”. Assim é a natureza humana.

Quanto às garotas, eu se fosse cliente daquela padaria, iria comprar meus doces noutro lugar e deixaria de cometer aqueles pequenos delitos de todo dia. Só pra fazer pirraça!!!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

O QUE ABBEY ROAD E NELSON GONÇALVES TÊM EM COMUM?


Meu pai tinha a minha idade quando os Beatles lançaram Abbey Road, mas eu sou um daqueles caras que dizem que este disco nunca foi lá pra casa. Digo assim porque naquela época as pessoas comuns em São Luís não estavam tão antenadas com o que se passava no mundo. Éramos consumidos pelo que vinha na TV – em preto e branco – e pela mídia ufanista. Lá em casa não foi diferente e entre alguns discos que eu me lembro de ter ouvido na pequena radiola Phillips estão Os Incríveis e Roberto Carlos Em Ritmo de Aventura. Bom, já era alguma coisa. Sem contar do fascínio que meu pai tinha por Nelson Gonçalves. E esta era minha concepção musical do mundo.

Falando assim me reporto a duas entrevistas que li alguns meses atrás: uma de Samuel Rosa, do Skank e outra de Liam Gallagher, do Oasis. Samuel Rosa conta do disco dos Beatles que o pai comprou quando ele era moleque e que gostava tanto de ouvir aquelas música que andava com o disco debaixo do braço pra cima e pra baixo e que era sempre convidado para as festas do bairro, na condição de que levasse o disco. Liam faz um texto endeusado aos Beatles, porém mais direcionado a Lennon e o impacto que teve a morte do ídolo, assassinado por um imbecil.

Eu penso que quase tudo de bom que se ouve no pop e no rock é uma espécie de evolução darwiniana do som dos Beatles. E muita coisa ainda soa como colagem. Ouça Revolver e ouça Raveonettes, por exemplo. Oasis então... Os caras são fãs escancarados dos Beatles. Tocam talvez como os Beatles tocassem hoje.

Quem me conhece há menos tempo sabe que eu sou fã do Oasis. E é verdade. Quem me conhece dos velhos tempos, acredita que meu cantor predileto é Fagner. Sem decepcioná-los, é parcialmente verdade. Como não ando pelas bandas de Manchester, certa vez, num bar na madrugada em Fortaleza, encontrei Fagner encostado na parede aguardando a vez de voltar ao jogo de sinuca e como fã do cara fui lá puxar um assunto. Conversamos cinco minutos e nem me lembro do que falamos, pois estava extasiado por aquela oportunidade: o fã e o ídolo. Se me tivesse "estartado" a idéia naquela madrugada, teria sugerido que gravasse Pensando em Ti, de Nelson Gonçalves ( "eu amanheço pensando em ti..."). Esta foi uma das canções que eu ouvia no toca-discos, a pilha, do meu pai na época de Abbey Road. E eu nem sabia direito o que era uma faixa de pedestres.