sexta-feira, 16 de setembro de 2011

WI-FI

No futuro seremos uma espécie de corcundas vesgos e solitários com seis dedos em cada mão. Pelo menos é o que eu imagino, rebuscando Darwin, quando vejo a "geração perdida da internet" curvada sobre seus celulares e computadores portáteis de última geração.

A tecnologia acabou com a criatividade. Isolou boa parte da humanidade em limbos de bytes como uma droga poderosa que faz com que o único estímulo matinal que o indivíduo sinta ao acordar de manhã seja aquela vontade incontrolável de abrir a rede social e dar bom-dia aos seus zilhões de amigos invisíveis.

Às vezes recebo, nas redes sociais, convites de gente que nem conheço pra festas que eu nunca vou e daí me lembro daquelas festas que ninguém me convidava mas ainda assim eu ia e entrava de penetra pela porta da frente sem nem saber o nome do dono da casa. Era muito mais divertida a sensação de ser expulso a qualquer momento.

Mas o que mais me deprime são as redes wi-fi no bares e cafés, que pra quem não sabe, eram lugares onde algum tempo atrás as pessoas iam pra se conhecer, trocar ideias, paquerar... Impressiona-me agora este isolamento  exacerbado entre as mesas, este silêncio interrompido de vez em quando pelo som dos dedos nos teclados. Pois o lado nonsense dos locais com wi-fi é que as pessoas ficam cada vez próximas umas das outras, mas apenas para conversarem com pessoas distantes. 

Um comentário:

Mateus Castelo Branco disse...

Olá. Se quiser dar uma olhada no meu blog e talvez divulgá-lo, agradeceria. Abraço.