quarta-feira, 2 de junho de 2010

QUERO MINHA ESPADA DE HIGHLANDER

O futuro é a imortalidade.

Pelo menos é o que a ciência promete para o homem nos próximos 50 anos. Pena que eu não devo estar por aqui para ver se é verdade.

Você já notou que as coisa muito boas geralmente não dão pra gente? Juliana Paes, por exemplo! Agora a imortalidade.

Um amigo me veio com essa história de que nós seremos imortais em breve. Nós quem cara-pálida?

A imortalidade não vai ser pra qualquer mortal. Vai ser apenas para aqueles que tiverem $$$.

Já pensou quanto vai custar as injeções de telomerase, aplicação de células-tronco, nanorôbos na corrente sanguínea pra nós que não temos nem pro botox anual?

Quem não tiver $$$ pra manter o corpinho sarado de 20, vai morrer, ficar velho e PLUF! Virar adubo na terrinha fofa dos campos santos.

Mas supondo que São Jorge me ilumine com os números de uma destas mega-senas acumuladas e eu consiga o telefone da clínica do cirurgião-artista-plástico da Ana Maria Braga e me torne imortal, não vou pensar duas vezes: vou querer logo minha espada de Highlander afiada como uma Katana de Hattori Hanzo.

E sabem por quê? Porque não vai caber tanta gente no planeta e os cientistas dizem que a pessoa só vai morrer se for ferida gravemente. Algo irrecuperável. Quer algo mais irrecuperável do ficar com a cabeça separada do tronco?

Mas o grande enigma é o que fazer com toda eternidade que nos aguarda.  Porque vão ter as coisas boas e as coisas ruins. Coisas boas como manter sempre a mesma vitalidade para o amor. E coisas ruins como aturar eternamente aquele parente mala.

Dizem que vamos trabalhar mais, ter vários casamentos, vários filhos, vamos nos relacionar com várias gerações, teremos várias profissões e uma sabedoria nunca antes atingida.

Mas um dia tudo isso ainda assim talvez se torne insuportável. Um tédio irremediável. Sentiremos saudades dos feriados, das ressacas dos finais de semana, do desespero do fim de um romance,  da dor da queda de uma bicicleta na praça. Sentiremos falta talvez até de uma maldita dor de dente às tres horas da manhã.

E aí restará, sentar-se sob a chuva fina e desligar-se como um  triste replicante futurista: hora de morrer!

3 comentários:

Lara Sousa disse...

haa,fiquei imaginando aqui essa ideia maluca.Sofrimentos tão necessários até quando é só pra aborrecer,tirar do tédio.
ótimo texto!
parabéns.
.*

marcos assis disse...

e PLUF!

Renato Baptista disse...

Olá Jorge...

Agradeço a sua visita aos meus blogs. Analisando aqui os seus escritos e o seu blog, eu e a Beatriz Prestes, administradores da Casa da Poesia (Rede NING), queremos lhe convidar para que faça parte dessa Casa de amigos e Poesia.
Será uma honra poder encaminhar a você um convite e para tanto precisamos apenas que você nos deixe um endereço de email. Pode ser lá no meu blog, a Academia da Poesia (tenho moderação de comentários caso vc não queira divulgar abertamente o endereço).
Aguardamos você.

Abraços*

Renato Baptista e Beatriz Prestes.