domingo, 21 de agosto de 2011

MINHA VISÃO DE RAIOS-X

Na minha pré-adolescência, o poder que eu mais cobiçava no Superman era a visão de raio-x. Cara, aquilo era demais prum moleque magrelo, sonhador cheio de hormônios e tesão, como eu. Imagina fixar os olhos na direção duma bunda dançando sob a saia e poder ver o que está embaixo...Por que não nasci em Krypton? 

Por conta disso eu me lembro que um dia estava atravessando a praça Benedito Leite e um marreteiro ( marreteiro era o nome pelo qual meu pai chamava os camelôs. Estou usando o termo aqui pra mostrar como esta é uma história antiga) juntava uma pequena platéia enquanto ele demonstrava como uma pequena engenhoca, parecida com aquelas palhetas que os médicos usam pra segurar a língua dos pacientes com um orifício na ponta, permitia você ter uma visão de raio-x. "Eu quero isso", pensei!!! O pensamento rolou como um tapa bem dado. Só tinha um problema: eu não tinha dinheiro pra comprar. E também não podia pedir pro meu pai nem pra minha mãe, porque eles iriam perguntar pra quê que eu queria dinheiro. Dilemas, dilemas, dilemas...Então fui guardando minhas moedas do lanche de pão cheio com K-Suco pra poder comprar o tal raios-x de bolso, mas eis que um fato novo aconteceu. Inesperadamente. Estava no colégio e vi um alvoroço num pequeno grupo de alunos. Fui lá ver e era um colega se exibindo com o tal objeto e assim, do nada, descobri que o cara tava interessado em vender. E mais: eu podia comprar com o que eu já tinha economizado. Comprei meu raios-x. Aquilo foi demais. 

Empolgado com meus planos maléficos de ver as calcinhas de todas as meninas da escola resolvi fazer um teste que eu já tinha visto antes que era colocar a mão espalmada para a claridade e olhar através do objeto para ver os ossos da mão. Com um olho fechado e o outro mirando o furinho do objeto nem percebi a diretora da escola se aproximar e me tomar meu poderoso raio-x e ainda me dar uma prensa dizendo que eu tava na escola com essa pouca vergonha, blá, blá, blá. Sabe-se lá, eu repito, sabe-se lá se esta mocréia desumana não abortou a carreira de um futuro cientista que descobriria, quem sabe, a cura de todos os males do mundo? 

O fato é que na impossibilidade de ter a visão de raios-x tive que desenvolver uma super-lábia e outros super-poderes para atingir meus objetivos que logo depois me permitiram ver também sob as calcinhas (o que foi muito mais interessante que a palheta de língua) e anos mais tarde dominar a técnica zen e milenar  de entender o que se passa na cabeça das mulheres. Mas esta técnica, infelizmente, não posso revelar pra você.

Senão, teria que matá-lo!

2 comentários:

Antonio José Rodrigues disse...

kkkkkkkkkkk
O q se passa na cabeça das mulheres, Jorge, é um mistério: nem elas sabem!!!!!!!

marcos assis disse...

blefe!