Assisti ontem no Som do Vinil a matéria sobre o Ave de Prata, o primeiro disco de Elba Ramalho lançado em 1979. É um disco que eu gosto muito e tenho maior prazer de ouvi-lo num daqueles revival regado a beers, domingo de manhã. Lembro de tê-lo comprado lá em Fortaleza junto com outros discos da época, acho que o Avohai de Zé Ramalho e o Bicho de Sete Cabeças de Geraldo Azevedo.
Fazer do primeiro disco um cartão que abra várias portas é um privilégio para poucos. E isso aconteceu com Elba. Neste disco ela está na sua fase "elétrica" - herança do rock paraibano - e solta literalmente a voz em interpretações espetaculares como Canta Coração, Não Sonho Mais, Ave de Prata.
O momento deste disco é o final dos anos 70 e início dos anos 80 quando houve uma efervescência musical muito grande no Nordeste principalmente no eixo Pernambuco-Ceará de onde surgiram vários cantores e compositores que mudaram a cara da MPB.
Ainda haviam os festivais promovidos pelos canais de TV e eu me lembro, em um deles, de ter assistido Fagner na sua intepretação definitiva de Quem me Levará sou Eu, vencer o festival daquele ano na extinta TV Tupi.
Em Fortaleza, Ednardo e outros tantos compositores e artistas locais levaram sua trupe ao Teatro José de Alencar e montaram o espetáculo Massafeira, cujo CD duplo - registro musical do som do Ceará - foi finalmente lançado no mes passado em comemoração aos 30 anos do evento.
Ouvindo os depoimentos de Geraldo Azevedo e de Robertinho do Recife sobre a motivação que cada um dava ao outro para que as coisas realmente acontecessem, bate aquela coisa retrô chamada saudade.
Éramos felizes e já sabíamos.
Éramos felizes e já sabíamos.
Degustações das músicas do Ave de Prata podem ser ouvidas na página oficial da cantora clicando aqui
Bons fluidos musicais!
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