sábado, 24 de outubro de 2009

NUNCA DESISTA


Houve um tempo que eu desconhecia a imagem ao lado mesmo ela já sendo tão popular. Porém desde que a vi ficou sedimentado em mim o seu significado pois comumente rebusco sua mensagem para utilizar em situações pessoais ou motivadoras entre amigos.

O espírito de nunca desistir reporta ao espírito olímpico onde o importante é competir. Sobre isso ilustro três situações que me recordo agora: a primeira delas, a chegada da suíça Gabrielle Andersen-Scheiss, ao final da primeira maratona olímpica feminina realizada em 1984, em Los Angeles. Fazia mais 30 graus, ela desidratou, teve câimbras e dirigiu-se ao final da prova cambaleando nos últimos 200 metros, já dentro do estádio olímpico. Nesse dia 44 corredoras completaram a prova e apesar das dificuldades enfrentadas, Gabrielle cruzou a linha de chegada na 37ª colocação.

Outro momento antológico dos limites do ser humano aconteceu na F1 em 1984 e foi protagonizado por Nigel Mansell, no GP dos EUA. Ele liderava a prova até os últimos metros quando seu carro quebrou e sob um calor de 40ºC, Mansell tentou empurrar sua Lotus até a linha de chegada, para receber a bandeirada final, mas acabou desmaiando na pista tamanha foi sua exaustão.

Porém o fato mais pitoresco de persistência que me recordo foi de Guillaume Le Gentil, um cientista francês do século XVIII que no intuito de realizar uma medição astronômica aguardada naquela época, a passagem do planeta Vênus pela face do Sol, embarcou para Índia com um ano de antecedência do evento, mas uma série de contratempos fez com que no dia do trânsito ele estivesse no mar, impossibilitando a medição.

Sem desistir, Le Gentil continuou na Índia para aguardar o trânsito seguinte, em 1769. Durante oito anos ele montou uma estação de observação de primeira, testou e deixou os equipamentos em prontidão de uso. Na hora da medição, quando Vênus começou a passar, uma nuvem deslizou para frente do sol, ali permanecendo por toda duração do trânsito: cerca de três horas e quinze minutos.

Sem perspectivas de nova medição, resolveu desistir de tudo e voltar para a França. Juntou seus equipamentos e partiu para o porto mais próximo, porém contraiu disenteria e ficou de cama por quase um ano. Mesmo enfraquecido, conseguiu embarcar em outro navio, mas este quase naufragou durante um furacão próximo a costa africana. Quando enfim chegou em casa, onze anos e meio depois de ter partido, sem ter logrado nada e nem dado notícias, descobriu que sua família fizera com que fosse declarado morto durante sua ausência e dilapidara seu patrimônio, além de ficar sabendo que em 1769 o capitão James Cook havia realizado a medição com sucesso no Taiti.

Como você pode ver, nunca desista pois o final pode ser pior.

E lembre-se de avisar em casa que você está vivo!!!!

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