terça-feira, 7 de setembro de 2010

COSPLAY


O Japão é uma terra estranha para nós os ocidentais: alfabeto, língua, fuso-horário, alimentação. E, de quebra, ainda tem o Jaspion, os Powers Rangers e o Godzilla.

Mas o mais pop do Japão moderno que me chama atenção é a mania do cosplay, a arte de se disfarçar de algum personagem, no estilo mangá, jogos, anime, entre outros. E como existe toda uma geração que leva isso a sério.



A onda do cosplay é mais forte entre as meninas e recentemente eu vi uma matéria em que a tendência agora é delas se fantasiarem de meninos e a explicação é que elas querem conhecer o outro lado. Sentir-se como meninos. Mas nada, ocidentalmente falando, homossexual. Porém, paralelamente a isso, existe todo um voyerismo de um outro grupo de pessoas, tecnicamente fãs, que vão fotografar as meninas para colecionar as imagens. E elas se deixam fotografar, perfecionistas com os detalhes e exibicionistas para as lentes alheias.

Como ocidental não deixo passar a semelhança cultural que vejo entre o cosplay e as pin-ups, incluindo o conteúdo erótico que existe em ambos estilos: um disfarçamente ingênuo e o outro maliciosamente provocante.

 
Isso evoca em meu pensamento que a linguagem da sedução representa um outro sentido na mulher, independente dela ser ocidental ou oriental. É da natureza da mulher, exibir-se. Não falo no sentido vulgar, obviamente, mas no sentido de distinguir-se das outras.

Se se despisse dos valores culturais, das diferenças linguísticas e de todo aparato da sociedade em que vivemos, a natureza feminina sempre privilegiria seus instintos primitivos de sedução através da linguagem gestual ou corporal.

Mas, seja através de múltiplos disfarces de máscaras ou por meio de gestos e poses pueris, as mulheres, conseguem fazer a diferença no meio de tantas outras. Nem que seja fantasiando-se de meninos. Como as garotas de cosplay.

3 comentários:

rayssa gon disse...

a mulher ainda é vista muito como um ser "naturalmente" sexualizado, animalizado mesmo.

a sexualidade feminina costuma ser muito valorizada como um traço inerente, algo que constitui a mulher em si. a não como algo q faz parte da natureza humana.

a necessidade de exibir-se, ainda mais na cultura em q vivemos atualmente, é uma construção social e não um traço natural da mulher especificamente.

Jorge Jansen disse...

Não acho que se trata apenas da cultura em que vivemos atualmente como vc citou no seu último parágrafo. A coisa é mais antiga. Ancestral. Se retrocedermos na história nas cortes europeias e outras culturas preservadas ( africana, indiana )p. ex., observa-se na mulher a valorização do poder da sedução através dos adereços daquela cultura - perucas, argolas no pescoço, escoriações tribais, tatuagens sob a pele - sempre com a mesma intenção provocativa de ser a mais bem exibida para os fins a que se propõe naquela cultura.

gwy disse...

Nas duas últimas imagens foi uma cópia safada das fotos e não um cosplay.